Olá Psi! Nesse texto conversaremos a respeito de como o modelo cognitivo da depressão é concebido pela Terapia Cognitivo Comportamental. Com certeza, compreender isso é fundamental, pois nos auxilia na forma como será feita a psicoterapia, através dos seguintes pilares:

  • Construção Do Plano De Intervenção;
  • Criação De Uma Relação Terapêutica Pautada Na Escuta Empática;
  • Manejo Assertivo Dos Sintomas Apresentados Pelo Paciente.

Para a Terapia Cognitivo Comportamental, a depressão, assim como todo transtorno, é multifatorial, ou seja, ela se manifesta como resultado de uma série de elementos que se associam, tais como:

  • Perdas;
  • Estressores Sociais;
  • Adoecimento;
  • Histórico Familiar;
  • Traços Genéticos, dentre outros…

Assim sendo, o diagnóstico é realizado por meio do que o paciente traz como sintomas presentes e que devem ser compatíveis com os critérios descritos no DSM V.

O Modelo Cognitivo Da Depressão

Uma vez confirmado o transtorno, o terapeuta em TCC deve se atentar ao Modelo Cognitivo da Depressão, que é uma forma “padrão” de manifestação do quadro no que diz respeito as estruturas cognitivas do paciente.

Esse modelo é composto pelo desenho da tríade cognitiva(visão de si, do outro, do mundo e do futuro), dos pensamentos automáticos e das reações que são inerentes ao estado psicológico do indivíduo; o que na depressão, está diretamente ligado a negatividade.

Entender O Modelo Cognitivo Da Depressão, Irá Auxiliar O Manejo Na Psicoterapia
Entender O Modelo Cognitivo Da Depressão, Irá Auxiliar O Manejo Na Psicoterapia

Desse modo, o conteúdo cognitivo e as reações fisiológica, comportamental e emocional, terão esse prisma.

Nesse caso, um modelo coerente com um quadro depressivo é:

  • VISÃO DE SI: Inferior, incapaz, sem valor;
  • VISÃO DO OUTRO: Melhores, mais capazes e felizes;
  • VISÃO DO MUNDO: Lugar sombrio, hostil e ruim;
  • VISÃO DO FUTURO: Fracasso, sem perspectiva e abreviado;
  • PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS: Autocrítica, comparação e orientação para o fracasso;
  • EMOÇÕES: Tristeza, angústia e desesperança;
  • REAÇÕES FISIOLÓGICAS: Desânimo, baixa de energia, hipersonia ou insônia;
  • COMPORTAMENTOS: Evitativos (isolamento social) e desmotivados;

Sendo assim, o trabalho primordial do terapeuta em Terapia Cognitivo Comportamental será utilizar ferramentas cognitivas e comportamentais na psicoterapia para a remissão dos sintomas.

O Que Deve Ser Feito Na Psicoterapia?

O terapeuta em TCC deverá construir um plano de intervenção alinhado com os desafios enfrentados pelo paciente e, não menos importante, levando em consideração que os aspectos do modelo cognitivo também terão influência direta em como ele percebe e se engaja na psicoterapia, ou seja, a visão de mundo do paciente também perpassa o processo terapêutico.

Um exemplo importante disso é a dificuldade deles em realizarem os planos de ação/tarefas de casa no intervalo entre sessões.

Se você observar novamente o modelo cognitivo acima, perceberá que as crenças associadas são de incapacidade e menos valia.

Portanto, é essencial para o terapeuta que atua com pacientes com depressão, manter em mente que o paciente não possui a energia ou motivação que normalmente teria caso não estivesse num quadro depressivo.

Inclusive esse é um ponto importante junto ao paciente: manejar a tendência de se cobrar e se criticar de modo incisivo.

Diante disto, a postura do terapeuta deve ser diferente do que usualmente as pessoas e familiares emitem no cotidiano, que é de cobrança e exigências.

Apesar disso parecer óbvio, não necessariamente é uma postura universal.

Em grupos de estudos e cursos que ministro, me deparei algumas vezes com o relato de alguns psicólogos clínicos dizendo que assumiu uma postura mais dura com seus pacientes depressivos porque eles não estavam engajados o suficiente.

Nesse caso, é fundamental que enquanto terapeutas compreendamos as dificuldades dos nossos pacientes, ao passo que lidamos com nossos próprios pensamentos automáticos, angústias e ansiedades.

Eu mesma por exemplo, enquanto terapeuta nos meus primeiros atendimentos com a depressão passei pelo desafio de ter que manejar exatamente esses questionamentos do tempo de evolução e os sentimentos que isso despertavam.

E o caminho foi perceber o poder que o estado depressivo provoca e ao mesmo tempo, em como era gratificante o relato do paciente quanto a sua evolução, quando ela começava aparecer.

Dessa forma, minha realização era plena ao ver que a psicoterapia estava funcionando de maneira significativa.

Portanto, compreender o modelo cognitivo da depressão vai muito além de um conhecimento técnico, é um conhecimento que influenciará a relação e a postura com seu paciente.

Contudo, isso não quer dizer que o terapeuta não deva continuar tendo o foco nos planos de ação, pois é essencial para a evolução do tratamento que os comportamentos funcionais sejam praticados no cotidiano.

Embora nesse caso, a abordagem é ter um plano de intervenção coerente com as dificuldades que ele traz e apresentar os recursos necessários pra isso:

  • Fragmentar Uma Meta;
  • Planejar A Ação;
  • Manejar Os Pensamentos Automáticos;
  • Trabalhar As Crenças;
  • Fomentar A Motivação;
  • e Estabelecer A Esperança de que é possível alcançar o que deseja, apesar de ser desafiador agora.

Desse modo, uma dica muito importante é estudar bastante sobre a depressão!

Psicoterapia: Como O Modelo Cognitivo Da Depressão Pode Auxiliar

A Terapia Cognitivo Comportamental possui excelentes livros que trazem o manejo clínico para o quadro, como por exemplo:

  • “Vença a Depressão, antes que ela vença você” do Robert Leahy;
  • “A mente vencendo o humor” da Christine Padesky;
  • “Depressão: causas e tratamento” do Aaron Beck;
  • o DSM V também é tão importante que trará informações relevantes a respeito do quadro depressivo e os critérios diagnósticos.

Outro aspecto é ter uma escuta pautada no modelo cognitivo, pois isso contribuirá para que tenha uma percepção melhor sobre as dificuldades do seu paciente e assim pensar em ferramentas que contribuam diretamente para o enfrentamento desses desafios.

Assim sendo, fica o convite para você que queira trabalhar com esse tipo de demanda ou até mesmo que já trabalha, se dedicar em estudos e ter em mente como a depressão também se manifesta dentro do consultório.

Então se dedique mais ao fator da motivação do seu paciente por meio da relação terapêutica, do manejo de crenças e dos pensamentos e comportamentos disfuncionais.

Espero de coração que você tenha gostado da forma como abordei o modelo cognitivo da depressão aqui neste texto tendo como base o DSM V.

Agora quero saber de você!

Me conte aqui abaixo nos comentários um pouco sobre os desafios que você tem enfrentado dentro do consultório acerca de pacientes com quadros depressão.

E caso você ainda esteja estudando e ainda não faz atendimentos, também quero saber um pouco sobre o que você pensa sobre este assunto, tá bom?

Muito sucesso em seus estudos e atendimentos!

Ah! Nesse outro artigo eu falo mais a fundo sobre “5 Motivos Que Influenciam Na Evolução Do Tratamento Da Depressão”.

Vale a pena conferir!

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