Olá Psi! No texto de hoje vamos conversar a respeito de algo que desafia e até mesmo angustia os terapeutas que trabalham com a depressão – a dificuldade dos seus pacientes depressivos em reagir!

Se você atua ou já atuou com esse tipo de demanda, possivelmente já experimentou em alguns atendimentos, o desconforto de sentir que o tratamento não está evoluindo e que o paciente tem tido resultados terapêuticos muito tímidos.

Por Que É Tão Difícil Para O Paciente Com Depressão Reagir?

Vamos lá, então!

Bem… a resposta não é simples, e certamente, não é apenas uma.

Assim como para a Terapia Cognitivo Comportamental, todo transtorno é multifatorial, ou seja, as dificuldades terapêuticas geralmente tem diversos elementos.

Assim sendo, vamos conversar a respeito de 5 fatores que podem influenciar a evolução do tratamento para depressão.

Depressão: Por Que É Tão Difícil Para O Paciente Com Depressão Reagir?
Depressão: Por Que É Tão Difícil Para O Paciente Com Depressão Reagir?

1. O Quadro Da Depressão Em Si

A marca principal da depressão é a negatividade – isso irá perpassar a estrutura cognitiva do paciente, fazendo com que ele perceba a si mesmo, o outro/mundo e o futuro sob essa perspectiva – o que influencia diretamente os pensamentos e as reações emocionais, fisiológicas e comportamentais dele.

De modo que a negatividade gerada pela depressão o fará nutrir diretamente um estado de apatia mental e comportamental, em que ele acredita não ser capaz de realizar até mesmo coisas mais simples em seu cotidiano e não ter valor.

Ele se vê como um estorvo, motivo de tristeza e preocupação para quem ama.

2. O Contexto Ambiental E Social

Esse é um dos maiores desafios enfrentados no manejo da depressão.

Muitas vezes o paciente irá relatar a resistência da família e dos amigos em entender e acolher o seu estado mental.

Além disso, o paciente pode enfrentar dificuldades sócio econômicas, tais como: desemprego, endividamento, dependência financeira, adoecimento, perdas significativas, dentre outras.

Sendo assim, quanto mais comprometido estiver o contexto ambiental e social, maiores serão os desafios terapêuticos, pois tais situações fortalecem as distorções cognitivas e os sintomas, aumentando o sentimento de desamparo e desesperança quanto a possibilidade de ter uma vida melhor.

3. A Relação Terapêutica

O relacionamento entre terapeuta e paciente é o elemento essencial do processo psicoterapêutico.

Ter uma relação sólida deve ser uma prioridade nossa desde o primeiro contato.

Portanto, uma postura de escuta empática, suporte, acolhimento das dificuldades e o estabelecimento da esperança, devem ser evidenciados.

Dessa maneira, a construção da confiança e a parceria vão se fortalecendo durante o processo.

Contudo, uma falha nessa construção ou uma postura mais distante e que pode ser vista pelo paciente como fria, tende a impactar a colaboração dentro do processo terapêutico e assim a adesão do paciente à própria terapia.

De tal modo que o paciente em depressão se sentirá ainda mais desmotivado.

Portanto, devemos sempre ter esse cuidado especial no trato do paciente em todas as sessões!

4. As Comorbidades Presentes E Gravidade Do Quadro

Um dos fundamentos da Terapia Cognitivo Comportamental é que seja um modelo de psicoterapia breve.

Contudo, essa brevidade será determinada de acordo com a complexidade e gravidade do caso.

Além dos demais fatores que estamos conversando nesse texto, temos também outros transtornos de diversas ordens que aumentam os desafios terapêuticos quando se associam ao quadro depressivo, como por exemplo:

  • Transtornos Ansiosos;
  • Transtornos Psicóticos;
  • Transtornos de Personalidade;
  • …e outras condições médicas;

Assim sendo, quanto maior o volume de comorbidades e gravidade do quadro depressivo e/ou dos transtornos associados, maiores serão os impactos devido a associação dos sintomas!

Nesses caso, demandará mais estratégias e recursos na aplicação da terapia, o que influenciará diretamente na velocidade da remissão dos sintomas.

5. As Distorções Cognitivas

As distorções cognitivas são pensamentos padrões e recorrentes, cujo papel é nutrir o quadro negativo da depressão no qual o indivíduo se encontra.

Esses pensamentos possuem um conteúdo específico e que influenciam o viés cognitivo do paciente.

No caso da depressão, temos ao menos 8 distorções cognitivas principais e quanto maior a quantidade, mais impactos representarão ao tratamento. São estas:

  1. Ruminação;
  2. Visão de Túnel;
  3. Supergeneralização;
  4. Rotulação;
  5. Afirmações Imperativas;
  6. Personalização;
  7. Tudo ou Nada;
  8. Desqualificação do Positivo.

De modo geral, essas distorções, respectivamente, farão o indivíduo ficar preso a recordações e sentimentos de fracasso, enxergando apenas um fim negativo para suas experiências.

De tal forma que o leva a acreditar que nada vai dar certo e que nunca será capaz de viver uma vida como deseja.

Afinal de contas, é uma pessoa inferior e os outros são melhores e mais felizes.

Ainda acredita que tem que se manter funcional a todo custo e que estar no seu estado atual é sua culpa.

Portanto, já que as coisas não podem ser como deseja, então não vale a pena buscar algo diferente.

Ao passo que se obtém um resultado positivo, justifica como sendo o acaso ou que qualquer outra pessoa poderia fazer até mesmo com mais facilidade que ele.

Sim, é desse jeito! Essas distorções cognitivas fazem o indivíduo se sentir de fato no “fundo do poço”.

Todos esses fatores poderão contribuir para o fortalecimento do transtorno da depressão e aumentar o tempo de resposta do paciente.

Mas se forem trabalhados de modo funcional, poderão representar âncoras que favoreçam a estrutura do processo psicoterapêutico e assim, o sucesso do tratamento.

Depressão_ 5 Motivos Que Influenciam Na Evolução Do Tratamento

Muita Atenção No Tratamento Da Depressão!

Logo, diante do que foi exposto aqui no texto, compete ao terapeuta em Terapia Cognitiva Comportamental direcionar sua atenção para muito além dos critérios diagnósticos que o DSM traz – deve estar atento aos fatores ambientais, contexto social, relacionamentos e estruturas cognitivas.

Portanto, em seus atendimentos, esteja sempre atento ao que o seu paciente traz no discurso; anote os sintomas mais agudos e dificuldades presentes a cada momento do processo.

Pois dessa forma, você poderá pensar em estratégias junto com ele, para minimizar ou até mesmo eliminar os impactos que cada um desses 5 fatores representa ao tratamento da depressão.

Não é algo fácil ou simples, mas totalmente possível e demandará de você enquanto terapeuta trabalhar suas próprias crenças, angústias e ansiedades.

O trabalho com depressão requer investimento de tempo, estudos e muito cuidado no lidar com o paciente, mas quando os resultados começam a aparecer não tem preço!

É muito gratificante para nós terapeutas quando um paciente evolui positivamente ao tratamento contra a depressão e depois retoma a felicidade plena dele, não é mesmo?

Então dedique-se ao máximo e desejo muito sucesso em seus atendimentos!

Agora quero saber de você: Me conte aqui embaixo nos comentários quais desses fatores citados aqui do texto você já identificou em seus pacientes em tratamento de transtornos depressivos;

Vou adorar responder seu comentário.

Até o próximo texto.

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